Bem sei que existem coisas bem mais graves do que o motivo que me apetece escrever mas mesmo assim penso que me pode aliviar um pouco aquilo que me vai na alma.
Qualquer coisa que nos impeça ou nos faça voltar para trás não é de certeza do agrado de ninguém. Quase como no jogo do monopólio em que se rezava para não irmos para a prisão. Cada vez que passávamos aquele canto do tabuleiro vinha sempre de seguida uma lufada de ar fresco.
Eu neste ultimo ano tenho me sentido assim, a cada noventa minutos feitos sentia uma lufada de ar fresco. Não que tivesse medo ou receio de algo mas tiro um imenso prazer desses noventa minutos da minha vida. Esses noventa minutos são para mim ao longo destes vinte e um anos em que acasalámos uma espécie de guru sentimental da minha vida profissional. Sem eles sou pouco feliz, sem eles chego mesmo a sentir me incompleto, quase vazio, diria mesmo que sem eles vou ser pouco feliz sabendo que um dia vou ter mesmo de saber viver sem eles. Talvez os troque por algo parecido só para tentar diminuir a falta que me vão fazer sentir.
Custa me muito aceitar algumas vicissitudes que a profissão têm. Esta semana fui contemplado por mais uma delas e desta vez está a custar um pouco mais a aceitar. Sinto me verdadeiramente desiludido com esta. Sinto que fui traído pelo meu organismo, metabolismo o que lhe quiserem chamar e esta traição atingiu uma proporção ridícula no meu cérebro, a da incerteza e medo que qualquer ser humano têm num momento de fraqueza ou impotência.
Olhar em frente será certamente o único e possível caminho a seguir para se conseguir a ter os noventa minutos o mais depressa possível até porque depois de ter escrito e reflectido sobre as minhas palavras decidi perdoar o meu organismo desta grande traição. O amor acaba sempre por vencer nem que seja somente nos contos de fada e quem nunca perdoou que atire a primeira pedra.
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