quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O título preferido de quem me lê, o amor.

De todos os posts que já escrevi os que mais leitura tiveram foram os do amor, isto leva me a pensar que estamos mesmo a precisar de umas injecções desse mesmo amor.
Antes de começar a escrever no blog, aliás, muito antes de pensar em ter um blog já gostava de passar para o papel tudo o que englobasse esse bicho papão que é o amor.
Para ser mais conciso, escrevia cartas de amor, pronto, está dito. Não que tenha vergonha de o fazer mas ao escrever isto sinto que estou em divida com alguém pois já não o faço com a assiduidade de outros tempos. Os tempos também são outros, as mensagens diárias nos telemóveis, nas redes sociais foram suprimindo as verdadeiras cartas de amor. Mas verdade seja dita que por mais que se mudem os tempos existem e vão continuar a existir coisas intemporais. Acho também que as cartas de amor se enquadram de certeza absoluta nisto de se ser para todo o sempre.
Não sendo muito velho lembro- me desde novo de me ter lançado nesta arte rudimentar mas ao mesmo tempo apaixonante, quem não se lembra da mais rudimentar carta de amor, queres namorar comigo? Sim ou não? No fundo essa talvez tenha sido a primeira carta de amor de todos nós, a primeira escrita de um eterno apaixonado/a.
A espera pela cruz que daria a resposta eram momentos agonizantes, o medo de ver um não no papel era aterrador, acho que ainda o continua a ser. A rejeição é uma coisa tramada.
Mário Zambujal em 2008 escreveu um romance em que o título é, já não se escrevem cartas de amor.
Infelizmente não li o livro mas escrever sobre isto despertou a minha curiosidade, admiro o homem e a sua boa disposição. Gosto da sua abordagem sobre temas que muitos tem vergonha de falar e se existe algo de jeito nas manhãs da tv portuguesa é certamente a sua rubrica conjuntamente com Helena Sacadura Cabral.
Para finalizar deixo uma janela sobre a história do livro para ver se voltamos a escrever as nossas cartas de amor.

Duarte é um jovem bon vivant, que, entre as noites glamorosas passadas no Grande Casino Internacional do Estoril, as tardes de café no Chave D’Ouro, no Palladium ou no Martinho do Rossio e a vida boémia nas boîtes da capital, vê o seu coração ser arrebatado por uma jovem alta, esguia, loura e de sorriso luminoso, de nome Erika. Mário Zambujal transporta-nos, nesta novela de prosa clara e original, pautada de humor, imaginação e sensibilidade, numa viagem de imagens e memórias, à Lisboa dos anos 50. Uma época de apetites e excessos. De paixões e desventuras. Era um tempo em que havia tempo. Até se escreviam cartas de amor.
Já Não Se Escrevem Cartas de Amor de Mário Zambujal

P.S- Uma vez recebi uma com direito a perfume e tudo, cheirei-a muitas vezes para me sentir mais perto de quem a escreveu. 

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